Jesus Salvador


Jesus: caminho, verdade e vida

... Foi por você.
Que Eu me deixei ser tão chagado
e ferido
por isso sinta-se amado e
querido
pois é o meu amor
que cura sua dor...

(Mas Ele foi castigado por nossos crimes
e esmagado por nossas iniquidades
O castigo que nos salva pesou sobre Ele
fomos curados graças as suas Chagas)
[ Isaías 53,5]

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A experiência do perdão



O Apóstolo Paulo descreveu com precisão esta experiência: «Há em mim o desejo do bem, mas não a capacidade de realizá-lo; com efeito, eu não faço o bem que quero, mas o mal que não quero» (Romanos 7, 18s). É o conflito interior do qual nasce a invocação: «Quem me libertará deste corpo que me leva à morte?» (Romanos 7, 24).

Apesar de tudo, contudo, não creio em poder afirmar que o mundo é mau e que fazer o bem é inútil. Pelo contrário, estou convencido de que o bem existe e é muito maior que o mal, que a vida é bela e que viver retamente, por amor e com amor, vale verdadeiramente a pena. A razão profunda que me leva a pensar assim é a experiência da misericórdia de Deus que faço em mim mesmo e que vejo resplandecer em tantas pessoas humildes: é uma experiência que vivi muitas vezes, tanto dando o perdão como ministro da Igreja, como o recebendo. Há anos que me confesso com regularidade, várias vezes ao mês e com alegria de fazê-lo. A alegria nasce do sentir-me amado de modo novo por Deus, cada vez que seu perdão me alcança através do sacerdote que me dá em seu nome. É a alegria que vi sempre no rosto de quem vinha confessar-se: não o fútil sentido de alívio de quem «esvaziou o saco» (a confissão não é um desabafo psicológico nem um encontro consolador, ou não o é principalmente), mas a paz de sentir-se bem «dentro», tocados no coração por um amor que cura, que vem de cima e nos transforma. Pedir com convicção o perdão, recebê-lo com gratidão e dá-lo com generosidade é fonte de uma paz impagável: por isso, é justo e é bonito confessar-se. Queria partilhar as razões desta alegria a todos aqueles aos quais consiga chegar com esta carta.

Confessar-se com um sacerdote?


O fiel me perguntas então: por que há que se confessar a um sacerdote os próprios pecados e não se pode fazer diretamente a Deus? Certamente, a pessoa se dirige sempre a Deus quando confessa os próprios pecados. Que seja, contudo, necessário fazê-lo também diante de um sacerdote o próprio Deus nos faz compreender: ao enviar seu Filho com nossa carne, demonstra querer encontrar-se conosco mediante um contato direto, que passa por meio dos sinais e das linguagens de nossa condição humana. Assim como Ele saiu de si mesmo por nosso amor e veio a «nos tocar» com sua carne, também nós somos chamados a sair de nós mesmos por seu amor e ir com humildade e fé a quem pode nos dar o perdão em seu nome com a palavra e com o gesto. Só a absolvição dos pecados que o sacerdote te dá no sacramento pode comunicar-te a certeza interior de ter sido verdadeiramente perdoado e acolhido pelo Pai que está nos céus, porque Cristo confiou ao ministério da Igreja o poder de atar e desatar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança (Cf. Mateus 18, 17). É Ele que, ressuscitado da morte, disse aos Apóstolos: «Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os reterdes, serão retidos» (João 20, 22-23). Portanto, confessar-se com um sacerdote é muito diferente de fazê-lo no segredo do coração, exposto a tantas inseguranças e ambigüidades que enchem a vida e a história. Tu sozinho não saberás nunca verdadeiramente se quem te tocou foi a graça de Deus ou tua emoção, se quem te perdoou foi tu mesmo ou foi Ele pela via que Ele escolheu. Absolvido por quem o Senhor elegeu e enviou como ministro do perdão, poderás experimentar a liberdade que só Deus dá e compreenderás porque se confessar é fonte de paz.

Um Deus próximo a nossa fraqueza

A confissão é, portanto, o encontro com o perdão divino, que nos é oferecido em Jesus e que nos é transmitido mediante o ministério da Igreja. Neste sinal eficaz da graça, encontro com a misericórdia sem fim, é-nos oferecido o rosto de um Deus que conhece como ninguém nossa condição humana e se faz próximo com terno amor. Os inumeráveis episódios da vida de Jesus nos demonstram, desde o encontro com a Samaritana à cura do paralítico, desde o perdão à adúltera às lágrimas diante da morte do amigo Lázaro... Desta proximidade terna e compassiva de Deus temos imensa necessidade, como demonstra também um simples olhar para nossa existência: cada um de nós convive com a própria fraqueza, atravessa a enfermidade, assoma à morte, adverte o desafio das perguntas que tudo isto cria no coração.

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