Jesus Salvador


Jesus: caminho, verdade e vida

... Foi por você.
Que Eu me deixei ser tão chagado
e ferido
por isso sinta-se amado e
querido
pois é o meu amor
que cura sua dor...

(Mas Ele foi castigado por nossos crimes
e esmagado por nossas iniquidades
O castigo que nos salva pesou sobre Ele
fomos curados graças as suas Chagas)
[ Isaías 53,5]

terça-feira, 2 de março de 2010

Transfiguração de Jesus, Nosso Senhor

28 de fevereiro de 2010
TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS, NOSSO SENHOR


A Transfiguração de Jesus

Foi de tirar o fôlego! Pedro, Tiago e João estavam num monte com Jesus. Ele estava orando; eles, dormindo. Eles acordaram. E lá estava Jesus: radiante, refulgente, resplandescente, seu rosto brilhava como o sol e suas roupas estavam brancas como a luz. E lá também estavam Moisés e Elias em glória, conversando com Jesus. A proposta de Pedro de construir três tendas (uma para cada uma das figuras glorificadas), foi rejeitada quando Deus anunciou que Jesus era seu Filho. E depois acabou.

Pedro, mais tarde, escreveu: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade” (2 Pedro 1:16). Eles viram a verdadeira glória de Jesus. Tinha estado velada por sua carne, mas nesse episódio passou seu brilho por ela e Pedro jamais se esqueceu. Foi para ele, e poderia ser para nós, um baluarte de fé. Jesus era realmente o filho glorioso de Deus. Ninguém se compara a ele. Buda não se transfigurou; Maomé não ressuscitou; Confúcio não subiu aos céus. Todo homem deve ouvir a Jesus; ele é sobre todos!

Paulo, mais tarde, escreveu: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória” (2 Coríntios 3:18). O alvo do cristianismo é transformar o cristão na imagem gloriosa de Jesus Cristo. Ao contemplarmos Jesus por meio de sua palavra e à medida que Cristo vive em nós, começamos a demonstrar a vida, o caráter e a natureza do Cristo que habita em nós. A luz fulgurante de Cristo habitando em nós fará com que os homens glorifiquem ao Pai nos céus (Mateus 5:16). Que nós também sejamos transfigurados por Jesus.




A transfiguração de Jesus e o Cristão

Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

Dentre os muitos aspectos bíblicos, teológicos, antropológicos do episódio da Transfiguração de Jesus (Mt 17, 1-9) cumpre se ressalte este fato como um apelo para que o cristão se torne inteiramente um outro Cristo. Metamorfose sublime que significa uma transformação espiritual semelhante a que se deu com o Apóstolo Paulo que pôde dizer aos Gálatas: “E já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20) e aos Filipenses: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 21). Este Cristo cuja divindade fulgurou lá no monte Tabor deve fulgir na existência de seus seguidores. A transfiguração do batizado no Filho de Deus resulta de um dinamismo cristiforme que tende à identificação com o divino modelo. Isto significa querer compartilhar tudo com Ele, deixar-se instruir, guiar e formar por Ele, a olhá-lO como norma de comportamento. A participação na Sua vida representa querer conformar-se a Ele.

Esta é a sublimidade da realidade espiritual cristã, ou seja, a vivência plena de um cristocentrismo que leva o homem a ser visto e interpretado inteiramente à luz do mistério de Cristo. A explicação do Vaticano II deixa clara esta verdade: “Todos os homens são chamados a essa união com Cristo, que é a luz do mundo; dele viemos, para ele vivemos, a ele nos dirigimos” (Lg 3). Aliás, o próprio Jesus asseverou: “Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo 15,5) e a ordem do Pai foi esta: “Este é o meu filho amado, escutai-O” (Mt 17,5). Jesus Cristo vive em seus epígonos e alarga o espaço dentro do coração de cada um, fazendo-o disponível a acatá-lo e a amá-lo. Eis por que o Redentor instiga o anseio daquele que nele crê de levar à prática seus ensinamentos na participação inefável de sua divindade. Aí está o segredo da experiência mística do cristão, sendo que os santos chegaram ao ápice da vivência de tão excelsa realidade.

O esforço, porém, de todo batizado para se tornar, hora a hora, mais semelhante a Cristo se baseia no fato de que é preciso ser o sinal visível, testemunha confiável de Jesus. As graças celestiais exercem um papel transformante na existência dos fiéis através de um dinamismo intrínseco próprio dos que foram chamados a serem conformes ao Bem-Amado do Pai. Aí está o motivo da diretriz de São Paulo: “Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus”(Fl 2,5). Disto resulta a transfiguração cotidiana em Cristo, a qual não consiste numa mera cópia de um exemplar ou numa clonagem espiritual ou na repetição mecânica dos gestos e palavras do Mestre divino, mas é a conseqüência da ação do Espírito Santo que vai moldando e plasmando interiormente o cristão de tal forma que este faz Jesus presente e pressentido em toda parte.

Um dos aspectos desta realidade, visível aos outros, é o comportamento perante o sofrimento visto à luz dos dizeres de Cristo: “Se alguém quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!” (Mt 16,24). Adite-se o serviço desinteressado ao próximo, o espírito de pobreza, a mansidão, a humildade. Assemelhar-se a Cristo no seu amor oblativo, gratuito, que atingiu sua culminância no dom de sua vida lá no Gólgota. São Paulo alertou: “Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate” (1 Cor 7,23)! A exemplo do Redentor o cristão multiplica seu sacrifício pelo próximo. Se Ele o santo, o justo, sem mancha, suportou com paciência os maiores ultrajes, imitá-lo é tolerar com resignação as injúrias, importunações, os aborrecimentos causados pela impertinência, pela insolência, pela intolerância alheia. Aliás, esta é uma ordem de Jesus: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29. Há um outro aspecto de suma importância, o qual não se pode esquecer neste processo de transfiguração do batizado em Cristo, que é a união com Jesus de Nazaré, exemplo de dedicação ao labor diário. Na carpintaria de São José, Ele, Deus que se fez semelhante a todos os homens, se dedicou a um trabalho assíduo.

O objetivo de Jesus foi não apenas demonstrar o valor do trabalho, mas também fazer-se um exemplo. Todo trabalho humano, seja ele qual for, é santificador, uma vez que é sempre um serviço prestado ao próximo, no seguimento de Cristo que não veio para ser servido, mas para servir (Mt 20,28). A transfiguração de cada um em Jesus envolve, portanto, todo o ser do batizado, “na vitalidade do homem interior” (Ef 3,16). O desejo de se tornar conforme ao Senhor Jesus leva fatalmente aos píncaros da perfeição e é penhor de salvação eterna.