Jesus Salvador


Jesus: caminho, verdade e vida

... Foi por você.
Que Eu me deixei ser tão chagado
e ferido
por isso sinta-se amado e
querido
pois é o meu amor
que cura sua dor...

(Mas Ele foi castigado por nossos crimes
e esmagado por nossas iniquidades
O castigo que nos salva pesou sobre Ele
fomos curados graças as suas Chagas)
[ Isaías 53,5]

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Corpus Christi: Tomai e comei!


Nós, cristãos católicos, neste mês de junho, temos várias festas litúrgicas importantes, destacamos: Ascensão do Senhor, Pentecostes,
Santíssima Trindade e Corpus Christi. Nesta reflexão queremos aprofundar o sentido da festa do Corpo e Sangue de Cristo.
A princípio pode parecer estranho a presença de um tema litúrgico nesta página bíblica. Porém, o aprofundamento das questões teológicas do Novo Testamento apontam para uma identificação substancial entre a teologia litúrgica desta festa com a da tradição bíblica. Apoiando-nos nos pressupostos da teologia litúrgica de Corpus Christi, tentaremos uma aproximação bíblica a esta solenidade, isto é, abordaremos seu significado e suas implicações para os cristãos a partir do enfoque da tradição teológica bíblica.
... Isto é Meu Corpo e Sangue dado e derramado por vós...
professamos: "... desceu a mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia..." e "... creio na ressurreição da carne..." Nossa doutrina católica tem no Credo, síntese de toda a fé católica, a crença na ressurreição. Esta crença provém de Jesus (Mt 22,30; 28,6; Mc 24,6-8;).
A missão jesuânica tem sua revitalização na experiência da ressurreição de Jesus após a sua morte na Cruz. Jesus pregou a ressurreição dos corpos, a ressurreição de um corpo glorioso ( Mt 22, 23-33.). Jesus fala de seu projeto e missão, o Reinado de Deus, com seu corpo, ou seja, com sua vida e experiência. A pregação de Jesus não teria sentido se não fosse a partir de sua morte e ressurreição. Isto é tão forte que a Cruz, o Pão e o Vinho, principais símbolos da fé cristã, nos remetem ao seu corpo enquanto explicitador de Deus e do Reinado. Assim, temos: Cruz = lugar do corpo de Jesus; Pão = seu corpo; e Vinho = seu sangue. E a junção destes três símbolos suscitam o grande paradoxo cristão: a morte (Cruz) de Jesus possibilitou sua permanência real e viva entre nós (Pão e Vinho) (Jo 6,51).
Os escritos do Novo Testamento colocam Jesus como O intervir de Deus na História. Podemos constatar isto claramente no prólogo de João: "No princípio era o Verbo; e o Verbo estava em Deus; e o Verbo é Deus; e o Verbo se fez carne habitando entre nós." (Jo 1,1-14). Em outras palavras: o nascimento, a vida, pregação, morte e ressurreição de Jesus estão em função de sua missão: tornar seu corpo o ponto de encontro de Deus com a humanidade. Este ponto de encontro só foi possível com o deslocamento do templo: do templo de pedra para o seu corpo. Assim, o discipulado de Jesus, e toda a humanidade, tem no corpo do mestre o encontro e a experiência de Deus.
Podemos, portanto, perceber que na tradição teológica cristã bíblica a solenidade litúrgica de Corpus Christi pode ser entendida como a presença de Deus nos alimentos do Pão e do Vinho (Eucaristia) bem como a participação de Deus na história humana.
... Fazei isto em memória de mim!

Concílio Vaticano II: é a unidade do povo ao redor do seu Senhor presente na Eucaristia, sua força na caminhada do povo em marcha e o compromisso com os irmãos mais sofridos de nossa sociedade.

TEMPLOS DE DEUS; A solenidade de Corpus Christi é um grito de alerta e um apelo aos seguidores de Jesus em resgatar o corpo como o lugar privilegiado do encontro com Deus e com os irmãos. É na valorização de nossos corpos, enquanto sacramento, que Jesus Ressuscitado continua vivo com seu corpo glorioso. Façamos isto em Sua memória! (Jo 6, 56).

23 de maio, Vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos



PENTECOSTES


É uma palavra que vem do grego e significa "qüinquagésimo". É o 50° dia depois da Páscoa. É a solenidade da vinda do Espírito Santo. Junto com Natal e Páscoa, forma o tripé mais importante do Ano Litúrgico. Esse detalhe ajuda a compreender por que Pentecostes pertence ao Ciclo da Páscoa.

Antes de ser uma festa dos cristãos, Pentecostes foi festa dos judeus, e sua origem se perde nas sombras do passado. Antes de se chamar assim, tinha outros nomes, e era uma festa agrícola. Em Êxodo 23,14-17 é chamada de festa da Colheita, a festa dos primeiros feixes de trigo colhidos. Em Êxodo 34,22 é chamada de festa das Semanas. Por que "festa das semanas"? A explicação é dada pelo Levítico (23,15-21): calculavam-se 7 semanas a partir do inicio da colheita do trigo. 7 semanas = 49 dias.
Com o tempo, ela perdeu sua ligação com a vida dos agricultores, recebeu o nome grego de Pentecostes e se tomou festa cívico-religiosa. No tempo de Jesus, celebrada 50 dias apos a Páscoa, ela recordava a dia em que no Monte Sinai, Deus entregou as tábuas da Lei a Moises. Os Atos dos Apóstolos fazem coincidir a vinda do Espírito Santo com a festa judaica de Pentecostes.

A mensagem vem , sobretudo das leituras dessa solenidade, que são sempre as mesmas: Atos 2,1-11; 1 Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23. Eis alguns temas que deveriam ser aprofundados. 1. O supremo dom do Pai e de Jesus a humanidade é o Espírito Santo. 2. Soprando sobre os discípulos, Jesus esta recriando a humanidade mediante o sopro do Espírito. 3. Recebendo o Espírito de Jesus, os cristãos recebem igualmente a mesma missão. 4. O Espírito é dado a todos. Ninguém fica sem ele, e ninguém o possui plenamente. 5. O Espírito leva a humanidade a formar uma só família, no amor, diferentemente de Babel-confusão, em que as pessoas não se entendem.

O episodio de Pentecostes é narrado por Lucas em Atos 2,1-11. Sem muita reflexão, seriamos tentados a responder que apenas os Doze apóstolos é que receberam o Espírito Santo. Mas lendo com atenção o contexto desse acontecimento poderemos ter surpresas.

De fato, Lucas disse, antes que viesse o Espírito: "Os apóstolos voltaram para Jerusalém, pois se encontravam no chamado monte das Oliveiras, não muito longe de Jerusalém: uma caminhada de sábado. Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam hospedar-se. Ai estavam Pedro e João, Tiago e Andre, Filipe e Tome, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelote e Judas, filho de Tiago. Todos eles tinham os mesmos sentimentos e eram assíduos na oração, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com as irmãos de Jesus. Nesses dias, ai estava reunido um grupo de mais ou menos cento e vinte pessoas" (Atos 1,12-15a). No dia de Pentecostes, já com Matias substituindo o traidor Judas, Lucas afirma que "todos eles estavam reunidos no mesmo lugar" (2,1). Na fala depois de terem recebido o Espírito Santo, Pedro cita a profeta Joel, que previa a efusão do Espírito sobre todas as pessoas: "Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos. E, naqueles dias, derramarei o meu Espírito também sobre meus servos e servas, e eles profetizarão" (2,17-18; veja Joel 3,1-5). Não se pode, portanto, afirmar que somente os Doze ap6stolos e que receberam o Espírito.

Ascensão de Jesus Cristo


Recorda-se nessa solenidade a conclusão da permanência visível de Deus entre os homens que levou à difusão do Cristianismo no mundo.

Uma manifestação de despedida necessária: assim é a Ascensão de Jesus, o retorno ao Pai que completou a Redenção. "Se eu não for não virá a vós o Consolador, se ao invés eu for, vos enviarei o Consolador", disse Jesus aos Apóstolos, segundo quanto nos relata o evangelista João.

"Nesta festa, a comunidade cristã é convidada a voltar o olhar para Aquele que, quarenta dias após a sua ressurreição, em meio ao estupor dos Apóstolos 'foi elevado ao alto diante de seu olhar e uma nuvem o subtraiu do olhar deles'. Subindo ao Céu, ele reabriu o caminho rumo à nossa pátria definitiva, que é o Paraíso. Agora, com a potência de seu Espírito, nos ajuda em nossa diária peregrinação na terra."

Com essas palavras, no dia 16 de maio de dois anos atrás, Bento XVI recordou o sentido da Ascensão. "Após quarenta dias desde quando se havia mostrado aos Apóstolos sob os traços de uma humanidade ordinária, que velavam a sua glória de Ressuscitado – explica o Catecismo da Igreja Católica –, Cristo sobe ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor, que reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e intercede ao Pai incessantemente em nosso favor.

Manda-nos o seu Espírito e nos dá a esperança de alcançá-lo um dia, tendo nos preparado um lugar."

"Subindo para o 'alto', ele revela de modo inequívoco a sua divindade: retorna de onde veio, isto é em Deus, após ter realizado a sua missão na terra. Ademais, Cristo ascende ao Céu com a humanidade que assumiu e que ressuscitou dos mortos: aquela humanidade é a nossa, transfigurada, divinizada, que se tornou eterna. Portanto, a Ascensão revela a 'altíssima vocação' de toda pessoa humana: ela é chamada à vida eterna no Reino de Deus, Reino de amor, de luz e de paz."

Jesus "na Ascensão não foi para nenhum lugar longe de nós". "A sua tenda, Ele mesmo com o seu corpo – disse o Papa – permanece entre nós como um de nós. Podemos chamá-lo de 'você' e falar com Ele. Ele nos escuta e, se estivermos atentos, sentiremos também que Ele responde."